Em duas décadas, o corpo da mulher brasileira aumentou em todas as direções: na média, ela tem mais busto, mais quadril, mais cintura, mais altura e, sim, mais peso
Quando se pensa num padrão de beleza nos dias de hoje, pensa-se em Juliana Paes. A atriz fluminense de 31 anos, morena e curvilínea, mede a altura certa (1,70 metro), pesa os quilos desejáveis (57) e registra a centimetragem perfeita (87 de busto, 67 de cintura, 98 de quadril) para se encaixar na preferência nacional. Pois há vinte anos o padrão era bem outro – naquele tempo, Juliana seria enorme. Na virada dos anos 80 para os 90, musa que era musa tinha corpinho de Luciana Vendramini, o que se traduz em tudo menor: Luciana, hoje com 39 anos, lembra que nos seus áureos anos tinha a menos que Juliana exatos 12 quilos, 10 centímetros de altura, 3 de busto, 7 de cintura e 11 de quadril. E ainda se achava acima do ideal: "Quando eu era bailarina, enfaixava o peito para não aparecer no colante. Até pensei em fazer plástica para reduzir um pouco, mas não tive coragem". As duas, ambas lindas, retratam um avanço geral das medidas do corpo das brasileiras nas últimas duas décadas: pesquisa do Instituto Gesser & Gesser, de Santa Catarina, especializado em estudos antropométricos, feita inicialmente com 28 000 mulheres de todas as capitais e repetida a cada seis anos com 10% desse total, aponta que de 1982 a 2006 a brasileira adulta ganhou, em média, 3 centímetros de altura, 4 de busto, 9 de cintura, 4 de quadril e 6 quilos.
Quem trabalha no ramo de cobrir (agora, com mais tecido) o corpo feminino tem acompanhado de perto a ampliação. "Quando pego um modelo de biquíni antigo no nosso acervo, fico surpresa. Como aquilo servia em alguém?", pergunta Suede Batista Silva, há mais de vinte anos modelista da linha praia da marca Rosa Chá. "O que mais mudou foi o sutiã do biquíni: o P de hoje é o M antigo", acrescenta. A constatação se repete na linha de lingeries da Valisère. "Começamos a receber comentários de que os sutiãs estavam apertando nas costas e, há três anos, resolvemos aumentá-los em um centímetro. O mesmo foi feito com as calcinhas, por um aumento sutil do quadril", confirma Michele Liu, gerente de marketing da empresa. Nos 24 anos que a pesquisa cobre, o busto médio passou de 90 para 94 centímetros, o quadril, de 98 para 102 centímetros, e a cintura, de 69 para surpreendentes 78 centímetros. "Sempre trabalhamos com uma tabela padrão de tamanhos de cinto, mas nos últimos anos recebemos tantos pedidos de aumento no comprimento que parte da produção ganhou cinco centímetros a mais", diz Claudete Syhva, da área de pesquisa e desenvolvimento da Arezzo. Neste caso, o alargamento se explica, em parte, pela cintura menos fina, e em parte pelo reposicionamento dela: nas roupas, foi ficando cada vez mais baixa.

Lailson Santos :Link original
Observações:
A mostra como as medidas e até o peso corporal das musas atuais são maiores que no passado. Isso, ao meu ver, mostra claramente algumas coisas:
- Poucas mulheres faziam musculação há 20 anos, portanto apenas aquelas agraciadas com a genética e bondade divina tinham alguns poucos músculos. Ou seja, quem tinha corpo bom naturalmente agradecia e reinava, quem não tinha, chorava.
- Com a adesão em massa das mulheres aos programas de treinamento, principalmente musculação, os corpos podem ser modificados, aumentando sua massa muscular e suas medidas. Ou, no mínimo, podem ser lapidados, trocando as antigas gorduras e pelancas por curvas e músculos durinhos (para quem se empenha, lógico, pois o mundo ainda está cheio de pelanca por aí).

- Um fator dúbio citado na matéria, que é a maior disponibilidade de comida, pode ocasionar um aumento controlado de medidas para as muito magras ou um desastre para as gordinhas.
Segundo matéria! Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, quase metade dos brasileiros tem excesso de peso. E o aumento é maior entre as mulheres.
Tentando não ser radical, claro que algumas mulheres ficam sexy com curvas mais acentuadas, nem que tenham uma camadinha de gordura extra. Mas tem que ser uma camadinha mesmo, que ninguém se engane com a teoria da gorda sexy e feliz, isso é um mito e só pode ser defendido pelos politicamente corretos (e muitas vezes dissimulados).
Ciência e informação para melhorar o corpo e lapidar a forma estão disponíveis para quase todo mundo, é só querer usar. Ou continuar chorando e reclamando.
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