
DENTRO DE UMA SALA TÍPICA DE MUSCULAÇÃO você encontra dois tipos de praticantes: macacos bronzeados se olhando no espelho e tentando ficar "riscados"; e atletas pós-flor da idade tentando se reabilitar de uma lesão com uma série preguiçosa nas máquinas. Uma pena, já que esse tipo de treino não só anestesia o corpo e a mente, mas também, por ter nascido do fisiculturismo - um duvidoso nicho atlético que trata os músculos como troféus e não como companheiros de equipe -, está fundamentalmente condenado ao fracasso. Para o tipo de musculatura útil, que vai realmente melhorar seu progresso nas trilhas, rios e montanhas, é hora de abraçar o treinamento funcional, uma abordagem diferente do fortalecimento muscular com pesos que, em vez de isolar e "bombar" músculos, trabalha os movimentos envolvidos nos esportes.
"Você precisa treinar em padrões espelhados na própria vida", diz Paul Chek, o mais conhecido propagador do treinamento funcional. Chek desenvolveu vários dos princípios de movimento do funcional em seu centro de treinamento em Encinitas, Califórnia. "O treinamento funcional é uma metáfora da vida", concorda Luciano D'Elia, pioneiro no treinamento funcional no Brasil. D'Elia trouxe para cá o trabalho de Chek e de outros treinadores e aprimorou-o treinando surfistas, corredores de aventura e de rua e lutadores de jiu-jitsu em sua academia em São Paulo.
Em vez de isolar músculos, os exercícios funcionais trabalham os três planos de movimento básicos do esporte (rotacional, lateral, da frente para trás) para recrutar grupos musculares inteiros, te colocando para treinar em pé, e não sentado num banco plastificado. Ao ter de manter seu equilíbrio enquanto move pesos, você fortalece seu core, um grupo de músculos quase sempre negligenciado que abrange os glúteos, a musculatura lombar e os abdominais - uma espécie de eixo do corpo. Um core sólido é vital para transferir potência e força da parte inferior para a parte superior de seu corpo - como quando você levanta uma mochila de 30 quilos para colocá-la nas costas - ou vice-versa. "Se o seu core for deficiente", diz Chek, "de nada adianta braços e pernas fortes, porque eles não terão onde se ancorar".
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