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domingo, 4 de agosto de 2013

O limite do treino e o seu corpo

Thinkstock

Recentemente tivemos episódios de atletas de altíssimo nível abandonando prematuramente competições. Mario Balotelli sofreu uma lesão na coxa esquerda e teve que voltar para casa, apesar de sua seleção permanecer na Copa das Confederações. Rafael Nadal e Roger Federer perderam na primeira rodada no Grand Slam de Wimbledon. Muito estranho que dois grandes campeões sejam eliminados assim tão facilmente. Para aqueles que não acompanham o circuito de tênis, estes jogadores costumam chegar no mínimo às semifinais e isso implica num grande desgaste. Detalhe: eles viajam o mundo todo e competem praticamente todas as semanas. Enfim, podemos supor que esses três atletas tenham sido vítimas de um acúmulo de fadiga que não conseguiram eliminar por completo, treino após treino, jogo após jogo.

Apesar do treinamento promover uma melhora da performance, o acúmulo de treinos e competições pode exceder a capacidade de recuperação do atleta. Neste caso, ele continua treinando e em algum momento sofrerá consequências negativas: queda na performance ou até mesmo uma lesão. E há como prevenir que o acúmulo de fadiga torne-se excessivo? Sim! E já há inclusive modelos matemáticos que calculam a quantidade de sobrecarga que o esportista se submete, para então planejar sessões de treino mais leves ou simplesmente programar um período de descanso total. Abaixo, um gráfico que exibe o cálculo do “Training Impulse (Magnitude do Treinamento)”. Em termos mais simples, é como se estivéssemos calculando o impacto de todas as atividades que o esportista executa.

Hoje em dia há aplicativos desenvolvidos especificamente para auxiliar no planejamento do treinamento. Enfim, parece que Balotelli, Nadal e Federer andaram extrapolando seus limites. E o mesmo acontece com muitos atletas amadores. Diversos corredores culpam aquele treino fatídico em que se lesionaram, sendo que na verdade  a culpa é do acúmulo de fadiga e isso ocorre de forma tão sutil que muitas vezes nem percebemos. Fica aqui a dica: consulte seu treinador e planeje folgas para não ultrapassar seu limite.

Fonte: Banister, E. W. Modeling Athletic Performance, p. 403-424, Human Kinetics, 1993. 


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